Por volta do ano de 2009, fui convidada por um grupo de pais de uma escola na cidade de Santos, SP, para fazer uma fala sobre o meu trabalho de curadoria de livros infantis na revista Crescer (ed. Globo). A revista havia se firmado como referência na área e era época da Lista dos 30 Melhores Livros Infantis do Ano da Crescer, que coordenei por 8 anos. (veja aqui a última). Quando estava montando a palestra – nunca havia feito isso antes! – precisava de um nome e um que primeiro veio à mente foi: LIVRO INFANTIL NÃO É LIVRINHO. Esta questão do uso do diminutivo atinge em cheio o universo do que é produzido para a infância e, por mais que alguém ache “bonitinho”, há muito preconceito por aí. Escolinha, pecinha, musiquinha, historinha… tomem cuidado. Há livros infantis, claro, que não passam de pouco caso com as crianças.
Esta é a minha mala de livros onde carrego o material para as minhas aulas sobre literatura infantil, prática que iniciei em 2014. Tem aí o meu livro, Carmela Caramela, que fiz com o escritor, ilustrador (e um de nossos grandes autores) André Neves, pela Cortez Editora (olha ele ali amarelão).
Ao lado dele, há RIQUÍSSIMOS exemplares e exemplos da GRANDE literatura produzida pela infância. E é dela, sobre ela, como chegar a ela, como produzi-la e como exaltá-la que chegamos ao desejo de criar o curso de pós-graduação O LIVRO PARA A INFÂNCIA: TEXTOS, IMAGENS E MATERIALIDADES, da qual sou uma das coordenadoras. O curso é um acontecimento vindo de um sonho, de uma esperança. É com esperança que o pesquisador da oralidade e arte-educador Giuliano Tierno e a pesquisadora também e poeta Angela Castelo Branco criaram A Casa Tombada: Lugar de Arte, Cultura e Educação, no bairro de Perdizes, em São Paulo. Já habitavam por ali a pós-graduação A Arte de Contar Histórias e, agora, nós, apaixonados pela literatura dedicada à infância, também moramos lá. Para ambos os cursos A Casa Tombada está com inscrições abertas até dia 13 de julho!!! Vejam aqui como se inscrever!! (eu dou aulas em ambos os cursos, ao lado da minha mala laranja, rs).
Mas de que infância estamos falando? Que mercado é esse que foi formado no Brasil na última década? O que transformou a produção de livros infantis por aqui? Como ainda herdamos – e muitas vezes não conseguimos nos desligar – uma influência pedagogizante nas produções de livro e nas mediações de leitura? O que isso influencia na formação do leitor? E onde erramos quando pensamos que a criança é leitora em potencial e não uma leitora JÁ, nesse instante?
Não dá, né, para chamar esta potente literatura de “livrinho”, dá?
Estas perguntas – e outras tantas que surgem em todas as aulas e que se multiplicarão – são o fundamento deste curso e, para esta conversa se tornar mais próxima, iniciamos uma série de podcasts, em que eu entrevisto convidados que já estão entrelaçados conosco nesta empreitada.
O primeiro é uma conversa entre Giuliano e eu, veja aqui:
Mas seguiremos com os outros professores da pós – os autores, pesquisadores, especialistas e apaixonados pelo tema Susana Ventura, Odilon Moraes, Aline Abreu, Luiza Christov, Letícia Liesenfeld, Camila Feltre, Silvia Oberg, Stela Maris Fazio Battaglia, além de Giuliano, Angela – e convidados de fora! Aguardem!
Por enquanto, uma palhinha do que tem acontecido por lá.
Nos acompanhem! A hora é essa!
[…] trabalhos que temos feito em parceria com a formação de educadores (nos Sescs de São Paulo e nos cursos que ela foi muito parceira n’ A Casa Tombada, onde trabalho, na cidade de São Paulo), ela me […]
[…] alguns tempo soube da grande novidade: A Casa Tombada (espaço onde trabalho, veja aqui) receberia seu primeiro espetáculo também voltado para crianças. E mais: parte dele seria […]