UNIFORME

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Clóvis, assim como todos nós, nasceu livre e pelado.

Um camaleão, define os autores do livro Uniforme (Ed. Edições de Janeiro), de Tino Freitas e Renato Moriconi.

Um camaleão em uma bela metáfora.

Clóvis era, assim, como todos nós.

 

Tino, no texto, e Renato, na ilustração, constroem uma narrativa daquelas de puro deleite. A gente vira a página e, a cada dupla escancarada, uma fase da vida de Clóvis, aquele “personagem-assim-como-todos-nós” que:

 

(…)

aprendeu a se camuflar para sobreviver.
(…)

fingiu não ter medo do escuro.

(…)

em algumas situações de perigo, soube esconder suas fraquezas.

Noutras, precisou exibir sua força.

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A prosa poética de Tino tem uma companhia bastante especial: a leitura-traço de Moriconi que inclui Clóvis em situações exageradas e, de certa forma, cômicas, com o exercício de procura-e-acha o personagem. É aí que a brincadeira do camaleão fica tão divertida quanto perspicaz, mexendo com vários sentidos e significados. Claro que não é só isso: esta conversa de texto e imagem fazem com que, dupla a dupla, o leitor encontre desafios que não se limitam ao desenho, mas o que existe por trás de cada representação. Em uma era de excesso de informações, opiniões, e, por que não?, de oportunidades de ser isto ou aquilo, qual é o momento em que olhamos para nós mesmos para descobrirmos para onde ir?

 

Um Clóvis assim como todos nós.

Um camaleão que oferece uma viagem de mãos dadas com o leitor.

 

É livro pra conversa até não acabar mais.

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Uniforme (Ed. Edições de Janeiro)

De Tino Freitas e Renato Moriconi

2015

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