Insetos são, assim, digamos, não sei o termo ideal… uma fobia para mim! Coisa de infância, daquelas inexplicáveis. Mas a arte… ah, a arte, distorce tudo que está já definido em nós, não?
Sempre amei aqueles filmes BBBBBBBB com aranhas gigantes, formigas monstruosas e ataques de abelhas. Depois, beeem depois, me apaixonei por Vida de Inseto, um dos incríveis filmes da Pixar. Bem, um livro aqui e uma história ali depois, agora tenho a chance de reencontrá-los em poemas. Mais precisamente em Poemas do Jardim (Ed. Cortez), o “primeiro catálogo de brincadeiras zoobotânicas poético-ilustradas”, de Penélope Martins e Tati Móes.
Como um típico catálogo é divido em partes. Tantos os poemas quanto os desenhos vêm para nós em tom leve, quase despojado. Parece que estamos vendo a dupla rabiscar aqui e ali. Assim a gente vai virando as páginas e tomando palavras e significados meio sem perceber, com direito a nome científico casando com criatividade.
A primeira parte é trata “deles”: dos pequenos habitantes. Aparece, então:
V. Abelha
Apis mellifera
Dançando no meio da flor,
sugando gostoso sabor,
é doceira no jardim.
zum, zum, zum, abelha assim.
A segunda nos fala “das cores em canteiros”, com dálias e minirrosas; a terceira parte “das sombras e ninhos”, lugar para o ipê.
Na quarta parte do livro estão as minhas paixões preferidas, as aves. Para o sabiá-laranjeira, meu grande amor, os autores dedicaram estas palavras:
Psiu!
Quem sorriu?
Psiu! Psiu!
Quem respondeu?
Vai saber o que de lá
sabiá cantou;
canta, sabiá.
Mas, como um bom livro, só é bom mesmo lendo. Divirtam-se!
Poemas do Jardim (Editora Cortez)
textos de Penélope Martins e Tati Móes
ilustrações Tati Móes
2014
Que lindo espaço pra se visitar sempre! Parabéns!